terça-feira, 26 de abril de 2011

Sociologia - 5ª aula 16/04/2011

Boa noite, pessoal!
Na nossa última aula, continuamos abordando a pobreza e a questão do desenvolvimento.

As expressões subdesenvolvimento e país subdesenvolvido foram muito usadas na imprensa e na literatura sociológica e econômica entre 1950 e 1960. Entre os anos 1970, tornou-se comum o uso de conceitos de terceiro mundo e terceiro-mundismo. Atualmente, essas expressões foram substituídas pelas noções de país pobre e de país emergente, ou em desenvolvimento.

Esses novos conceitos têm a vantagem de diferenciar sociedades extremamente pobres de regiões que combinam índices importantes de crescimento e bem-estar com amplos setores da população vivendo abaixo da linha da pobreza.

Ao grupo dos extremamente pobres,  pertencem países como Haiti, Bangladesh e Burkina Fasso. Já o grupo dos emergentes, ou que estão em desenvolvimento, engloba o Brasil, Rússia, Índia e a China, grupo conhecido com a sigla BRIC.

Tentaremos nessa aula, entender o conceito inicial de subdesenvolvimento, pois ele designa uma situação histórica específica, comum a um conjunto de países, que a noção de país emergente ou em desenvolvimento às vezes mascara, escondendo problemas que os aproximam mais dos países pobres do que daqueles que já alcançaram o pleno desenvolvimento.

Mas antes da gente entrar no conceito de país subdesenvolvido, vamos entender quais as características comuns aos países pobres:
- Baixa renda per capta;
- Dependência econômica e tecnológica em relação aos países plenamente desenvolvidos;
- Grande desigualdade na distribuição de renda, com algumas pessoas muito ricas e a maioria da população vivendo em condições de extrema pobreza;
- Taxas elevadas de mortalidade infantil;
- Altos índices de analfabetismo;
- Má distribuição da propriedade da terra, com um pequeno grupo de latifundiários que concentram a maior parte do solo cultivável;
- Dívida externa elevada;
- Parte da economia controlada por empresas multinacionais, com centros de decisão fora do país;
- Corrupção generalizada em todos os setores do Estado;
- Desrespeito aos direitos humanos frequente.

Podemos considerar como países pobres aqueles que apresentam baixos níveis de desenvolvimento humano, econômico e social.

Devemos tomar cuidado para não confundir o antigo conceito de subdesenvolvimento com o de não-desenvolvimento. Sua característica mais marcante é o que alguns autores chamam de "desenvolvimento perverso", já que o crescimento econômico nos países antes chamados de subdesenvolvidos acentua as desigualdades sociais em vez de diminuí-las, aumentando o abismo que separa os ricos dos pobres.
Por outro lado, é preciso pensar que alguns países do antigo grupo de subdesenvolvidos encontram-se hoje em uma fase mais avançada de industrialização, os BRICs, entre outros. Formando o chamado grupo dos emergentes.

Mas vamos falar de Brasil.
O nosso país se situa entre as maiores 10 economias do mundo. Mas, mesmo assim, a nossa distribuição de renda, nossa qualidade de vida e o bem estar de nossa população, encontra-se ainda em um patamar muito baixo.
Segundo a ONU, em 2007 o Brasil ocupava a 70º posição na escala do IDH, entre 177 países estudados.

O que é esse tal de IDH?
O IDH é um indicador que mede a qualidade de vida de um país. É levado em conta a expectativa de vida da população, a renda per capita, a taxa de alfabetização da população e o índice de matrículas no ensino fundamental, médio e superior. Atualmente, nosso país tem um IDH mais baixo do que países mais pobres, como Panamá (62º), Cuba (51º), Uruguai (46º) e Chile (40º).

Com o passar dos anos o Brasil vem melhorando seus índices, mas apesar desse avanço, ainda mantém no Brasil alguns indicadores típicos do subdesenvolvimento: desigualdade extrema na distribuição de renda, pobreza, insuficiência alimentar, grande incidência de doenças, altas taxas de mortalidade infantil entre pobres, precariedade no saneamento básico, entre outros.

Vamos falar um pouco em números brasileiros!

- População brasileira: 187 milhões de pessoas (2006) : 81% na área urbana e 19% na zona rural;
- 7,5% da população (14 milhões de pessoas) estão abaixo da linha da pobreza (sobrevivem com menos d e1 dólar por dia);
- 85 milhões de brasileiros consomem, por dia menos de 2200 calorias, o que é considerado mínimo para uma vida normal;
- PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas durante um ano): 883 bilhões de dólares em 2007
- 44% dessa riqueza se concentra na mão dos 10% mais ricos
- 10% da população sobrevive com menos de um salário mínimo por mês, totalizando apenas 0,8% to total da renda do país
- Renda per capita: 3890 dólares (EUA: 43 mil dólares)
- Em cada mil crianças que nascem, 33 morrem antes de completar 5 anos.

Os números da pobreza, são dados a partir de indicadores vitais e indicadores socioeconômicos. Os indicadores vitais são insuficiência alimentar, grande incidência de doenças, alta taxa de natalidade e alto desenvolvimento demográfico. Já os indicadores socioeconômicos, pela baixa renda per capta, predomínio do setor primário sobre o secundário, concentração de renda, subemprego e emprego disfarçado.

Mas como pensar no desenvolvimento?
Temos que ter a consciência de que o desenvolvimento de uma nação vai muito mais além do que seu desenvolvimento econômico. Um ótimo exemplo é o nosso país que mesmo ocupando a décima maior economia mundial , se encontra em 70º no IDH. Para se ter um verdadeiro desenvolvimento, precisamos de transformações qualitativas de nossa sociedade. Crescimento com combate à pobreza, melhor distribuição de renda e da propriedade de terra com respeito ao equilíbrio ecológico.

Como diz a tirinha aqui em baixo da Mafalda, precisamos erguer as mangas, e entender que não podemos apenas apontar os problemas de nossa nação, mas sim fazer nossa parte por um mundo melhor!

Boa semana!
Beijos
Fernanda


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