Vamos lá:
Conversamos sobre a importância do indivídual, vimos que o indivíduo nunca teve tanta importância como na modernidade. Os povos antigos não davam valor à pessoa única. A importância do indivíduo estava inserida no grupo a que pertencia.
O indivíduo começa a ganhar força à partir da Reforma Protestante, no século XVI, onde o homem começa a ser considerado como imagem e semelhança de Deus, trazendo uma idéia de poder individual. Mas é à partir do século XVIII, com o capitalismo e o pensamento liberal, que a idéia de indivíduo se consolida. Onde a felicidade humana passa a ser o centro das atenções.
Abordamos também a relação indivíduo e sociedade
O fundamental é entender que o individual (o que é de cada um) e o comum (compartilhado por todos) não estão separados, formam uma relação que se constitui conforme as reações às situações do dia-a-dia.
Tem uma frase, que conclui bem toda essa idéia: "Se as circunstâncias formam os indivíduos, estes também criam as circunstâncias."
Tomar decisões é algo social e individual ao mesmo tempo.
Alguns sociólogos apresentam teorias diferenciadas a respeito do assunto:
Marx por exemplo, tem como foco da sua teoria as classes sociais, para ele, só é possível entender a relação entre os indivíduos com base nos antagonismos, nas contradições e na complementaridade entre as classes sociais, onde os seres humanos constroem sua história, mas não da maneira que querem, pois existem situações que condicionam o modo como ocorre essa construção.
Nos conceitos de Marx, o indivíduo isolado só apareceu definitivamente na sociedade de livre concorrência, ou seja, no momento em que as condições históricas criaram os princípios da sociedade capitalista.
Para Èmile Durkheim, a sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, dispondo de certas regras, normas, costumes e leis que asseguram sua perpetuação formando uma consciência coletiva, que dá o sentido de integração entre os membros da sociedade. Elas se solidificam em instituições, que são base da sociedade. "Toda crença e todo o comportamento instituído pela coletividade".
A família, a escola, o sistema judiciário e o Estado exemplificam o que Durkheim considera como instituição.
Para não haver conflito ou desestruturação das instituições e, consequentemente, da sociedade, a transformação dos costumes e normas nunca é feita individualmente, mas vagarosamente através de gerações a gerações.
Diferentemente de Marx, que vê a contradição e o conflito como elementos essenciais na sociedade, Durkheim coloca ênfase na coesão, integração e manutenção da sociedade. Para ele o conflito existe basicamente pela ausência da normatização das relações sociais, ou por falta de instituições que regulamentem essas relações. Considera a socialização um processo amplo, que dissemina as normas e valores gerais da sociedade.
Max Weber, diferentemente de Durkheim, tem como preocupação central compreender o indivíduo e suas ações.
Por que as pessoas tomam determinadas decisões?
Quais são as razões para seus atos?
Para ele, a sociedade existe concretamente, mas não é algo externo e acima das pessoas, e sim o conjunto das ações dos indivíduos relacionando-se reciprocamente. Weber parte dos indivíduos e suas motivações, pretende compreender a sociedade como um todo.
Seu conceito básico é o da ação social como algo homogênea. Podemos entender a ação social como o ato de se comunicar, de se relacionar, tendo alguma orientação quanto às ações dos outros.
Weber divide essas ações sociais em 4 tipos
Ação tradicional: tendo por base um costume arraigado. Por exemplo: eu quero fazer uma universidade porque meus pais fizeram.
Ação afetiva: tendo por base os sentimentos de qualquer ordem. Por exemplo: eu quero fazer uma universidade porque eu gosto de estudar.
Ação racional com relação a valores: tendo por base valores fundamentados nas convicções. Por exemplo: Eu quero fazer uma universidade porque eu acredito que é minha missão.
Ação racional com relação a fins: tendo por base a relação entre os meios e os fins. Por exemplo: Eu quero fazer uma universidade porque quero ser um excelente profissional.
Concluímos que para ele, as normas, costumes e regras sociais não são algo externo ao indivíduo, mas estão internalizados, e, com base no que o indivíduo traz dentro de si, escolhe suas condutas e comportamentos.
A sociologia, portanto, oferece várias possibilidades teóricas para a análise da relação entre indivíduos e sociedade. Essa diversidade de análises é um dos elementos essenciais do pensamento sociológico.
Deixo aqui em baixo um vídeo bacana que conclui tudo o que a gente falou até agora:
Qualquer dúvida já sabem, estou por aqui.
Beijos
Fernanda
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