quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sociologia - 3ª aula 02/04/2011

E aí pessoal, como vão estudos?
Na nossa terceira aula abordamos o trabalho na sociedade capitalista.
Como vimos na aula anterior, a crescente divisão do trabalho é uma das características das sociedades modernas.  Os sociólogos clássicos, Émile Durkheim e Karl Marx, já conhecidos nossos, têm visões diferentes sobre essa questão.

Para Karl Marx, a divisão social do trabalho é realizada no processo de desenvolvimento das sociedades. Ele quer dizer que, conforme buscamos as nossas necessidades, estabelecemos relações de trabalho e maneiras de dividir as atividades.
Na aula, usamos o exemplo das sociedades tribais, onde a divisão era feita com base nos critérios de sexo e idade, quando as atividades de agricultura e pastoreio começaram a ser praticadas, as funções se dividiram entre quem plantava, quem cuidava dos animais e quem caçava. Com a formação das cidades, houve a divisão entre o trabalho rural e o trabalho urbano. O desenvolvimento da produção e seus excedentes deram lugar a uma nova divisão entre quem administrava (o diretor ou gerente) e quem executava (o operário).


Marx considera que a mecanização revolucionou o modo produtivo, mas deixou o trabalhador completamente subordinado às máquinas. O trabalhador passa a ter somente sua força de trabalho para vender, se não vendê-la o empresário não tem que opere as maquinas. Marx chama isso de relação entre iguais.
Será que essa relação é entre iguais mesmo?
Vamos pensar na seguinte situação: um trabalhador é contratado para trabalhar em uma empresa, por oito horas diárias, recebendo um determinado salário. O dono da empresa, passa a ter o direito de usar sua força de trabalho dentro da empresa. O que acontece, é que em cerca de 4 a 5 horas de trabalho diário, o trabalhador já produz o referente ao seu salário. O resto que produz vai para a acumulação de capital do empresário. O que se produz nesse período Marx chama de mais valia, e a divide em dois tipos: a mais valia absoluta, que se caracteriza pelo aumento das horas de trabalho, e a mais valia relativa, caracterizada pelo uso de equipamentos e tecnologias que tornem o trabalho mais produtivo, mantendo o mesmo número de funcionários pelos mesmos salários.

Quando os trabalhadores se viram nessa situação, trabalhando tanto e continuando miseráveis, começaram a surgir os conflitos entre  os capitalistas e os trabalhadores. Como exemplo temos o ludismo (movimento dos destruidores de máquinas) no século XVI, e as greves, presentes até hoje.

Vimos a visão do Marx. Mas qual era a visão de Durkheim?


Durkheim procura demonstrar que a crescente especialização do trabalho, vinda com o desenvolvimento da produção industrial, trouxe um forma superior de solidariedade, e não de conflito.

Mas como assim solidariedade?
Para ele há dois tipos de solidariedade: a solidariedade mecânica, muito comum nas sociedades menos complexas, onde o que une as pessoas não é o fato de uma depender do trabalho da outra, mas a aceitação do conjunto de crenças, tradições e costumes comuns.
Com a especialização do trabalho, surge uma nova forma de solidariedade, a solidariedade orgânica, onde o que une os indivíduos é a interdependência das funções sociais, em virtude da divisão do trabalho. 
O exemplo do pão, da aula passada, se encaixa aqui. Precisamos de diversos profissionais, das mais diversas áreas, para suprir as necessidades do nosso dia a dia.
Durkhein aborda que os conflitos surgiram com a falta das instituições e normas integradoras que permitissem a solidariedade.

Max e Durkheim influenciaram outras idéias no século XX.

Vimos que o desenvolvimento contínuo dos sistemas produtivos originou uma divisão do trabalho muito bem organizada, detalhada e encadeada. Henry Ford, a partir de 1914, implantou na sua fábrica de automóveis diversas mudanças visando a produção em série de seu produto. Ele estabeleceu um salário de 5 dólares por dia e jornadas de trabalho de oito horas diárias, o que para a época significava ter tempo e renda suficiente para o sustento, lazer e até adquirir um dos automóveis produzidos pela empresa. Iniciando a produção e o consumo em larga escala. Essa forma de organização ficou conhecida como fordismo.
Frederick Taylor aprimora as idéias de Ford, propondo a aplicação de princípios científicos na organização do trabalho, buscando uma maior racionalização do processo produtivo.

O fordismo-taylorismo tornou-se tão forte, que penetraram em todas as organizações sociais, que buscam de uma forma ou de outra, o controle e a eficiência das pessoas.


Mas o que acontece no pós fordismo?
Quais as mudanças recentes no mundo do trabalho?

Vimos que o pós fordismo, é um período também chamado de fase de acumulação flexível. Essa flexibilização pode ser de duas formas. A flexibilização dos processos de trabalho e de produção, que ocorre com a automação e portanto com a perda do controle manual por parte do trabalhador, onde a especialização passa a ser de grande importância para os trabalhadores, e a flexibilização e mobilidade de mercados, onde o trabalhador passa a ter o dever de se adaptar às mudanças.
A nova configuração do trabalho mundial cria uma série de incertezas e inseguranças aos trabalhadores.
Fazendo surgir uma maior mobilidade dos mercados de trabalho, os empregos passam a utilizar as mais diferentes formas de trabalho: doméstico, temporário,autônomo, por hora, como uma tentativa de maior inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho.

Concluímos a aula com um questionamento (um pouco assustador!) de um sociólogo francês, chamado Robert Castel. Ele questiona se a sociedade salarial não estaria no fim. Ele argumenta que o trabalho e a previdência não dão mais segurança à ninguém. Considera que a crescente desestabilização dos estáveis ( as pessoas que tem emprego estão sendo invalidadas por vários motivos: idade, formação insuficiente, jovens de mais para se aposentar),  a precariedade do trabalho (trabalhos instáveis, bicos), o déficit de lugares e a qualificação do emprego (jovens não sendo contratados pela falta de experiência, qualificação de mais para empregos inferiores) criam indivíduos com dificuldades de se integrar na sociedade, considerando-se inúteis sociais.
O que vocês acham?

Deixo algumas charges e tirinhas divertidas!





Bons estudos!
Beijos Fernanda











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