E lá vamos nós, senhoras e senhores!
Chega de falar sobre trabalho, né?
À partir da última aula, vamos falar sobre as estruturas sociais e as desigualdades.
Mas e aí?
Por que existem desigualdades?
Como elas se construíram e como são explicadas?
Antes de respondermos essas questões precisamos entender umas coisas antes!
A primeira delas é o conceito de estrutura social.
Podemos dizer que uma estrutura social é o que define determinada sociedade.
Mas como isso?
Ela se constitui da relação entre vários fatores: econômicos, políticos, históricos, religiosos, culturais, que dão cara a nossa sociedade. Gosto muito da imagem a seguir, ela reflete bem todos esses elos que compõe a estrutura social.
Uma das características da estrutura de uma sociedade é sua estratificação.
mas o que é essa tal estratificação?
É a forma com que as pessoas são classificadas em camadas sociais e o modo como ocorre a mobilidade de uma classe para outra.
Octavio Ianni, sociólogo brasileiro, analisa a estratificação da seguinte maneira: baseada na forma com que os indivíduos organizam a produção econômica e o poder político, sendo estes atravessados por outros elementos: religião, etnia, sexo, tradição e cultura, que influenciam no processo de divisão social do trabalho e no processo de hierarquização. Ele também afirma que a estratificação é um processo histórico.
Hm, então vamos tentar entender um pouco de história!
Vamos pensar no sistema de castas, estamentos e classes sociais.
Para explicar o sistema de castas, mostrei na aula esse vídeo com os atores da novela Caminhos das Índias, falando sobre essa estratificação:
Já visto as castas, podemos exemplificar os estamentos com a sociedade feudal, já abordada nas nossas últimas aulas. Onde vimos até a existência de uma mobilidade social, mesmo sendo mínima.
Lembram dessa imagem?
Bom, mas vamos pensar no que diferencia um estamento da classe social!
Nos estamentos, um nobre pobre, nas consciência social da época, e na realidade das relações sociais, valia muito mais do que um pobre pobre.
Atualmente, se alguém decide dar esmola, a uma pessoa que está em situação precária, jamais leva em consideração as diferenças sociais de origem do pedinte, porque parte da idéia de que elas são puramente econômicas.
Começamos a abordar as diferenças sociais, e tentamos abordar históricamente a pobreza.
No período medieval a pobreza até apresentava um lado positivo: a caridade e a redenção. Mas o pobre era complementar ao rico e a pobreza era decorrente das guerras e outras adversidades.
À partir do século XVI, o pobre se encontra em uma grande ambiguidade, por um lado representava a pobreza de Cristo e por outro era considerado um perigo para a sociedade, uma ameaça social. A solução da época era a disciplina por enquadramento, onde o Estado passa a se tornar responsável por cuidar dos pobres.
Com os avanços comerciais, surge uma necessidade de grande mão de obra. E a pobreza e a miséria, passam a ser considerada preguiça e indolência dos trabalhadores. Forçando os trabalhadores a se sujeitarem ao trabalho industrial.
No final do século XVIII, o fortalecimento das idéias liberais, gerou outra explicação para a pobreza vigente, já que as pessoas se tornaram responsáveis pelo seu próprio destino. E ninguém passou a ser responsável a dar trabalho e assistência aos pobres.
No século XIX, o economista, Thomas Malthus, que dizia que a população crescia mais do que os meios de subsistência, considerava que toda a assistência dada aos pobres era negativa, porque o estimularia a continuar naquela situação e ter mais filhos, aumentando sua miséria.
Os trabalhadores eram vistos como transmissores de doenças, devido às péssimas condições de trabalho,e ainda pairava a idéia de que eles poderiam se rebelar a qualquer hora.
Mas e na sociedade capitalista?
Mas à partir do capitalismo, podemos encarar as classes sociais das seguintes formas: à partir dos processos produtivos, onde temos uma hierarquização em burguesia industrial, burguesia financeira, média burguesia e a classe trabalhadora e operária. e também pela capacidade de consumo, onde temos a divisão em classes A, B, C, D e E.
Mas como estratificamos uma sociedade?
Através da apropriação de riquezas, capacidade de decisões políticas, e apropriação de bens simbólicos (educação, e bens culturais).
E com relação à mobilidade social capitalista?
Vimos na aula que sim , ela existe, mas não de maneira tão ampla como se costuma dizer. Temos barreiras para a ascensão social, que não estão escritas e nem declaradas abertamente mas estão dissimuladas nas formas de convivência social.
O capitalismo traz a idéia de que um indivíduo competente pode vencer na vida, ou " os capitalistas de hoje, foram os trabalhadores de ontem e os trabalhadores de hoje, serão os capitalistas de amanhã".
Será que com o capitalismo todos passam a ter as mesmas oportunidades e pelo trabalho podem prosperar e enriquecer?
Fica pra pensar!
Concluímos a aula com as idéias de Max Weber, em que considera as estratificações provindas de 3 setores: o econômico, o social e o político.
Afirma que as pessoas possam tem rendas e posses, mas não prestígio, nem estatus, nem posição de dominação. Sendo pra ele, todos esses fatores componentes dessa estratificação.
A luta de classes, para Weber, diferentemente de Marx e de Durkheim, também ocorre entre indivíduos de mesmas classes sociais, mas não as considera como motor da sociedade e sim manifestações de manutenção de poder, renda ou prestígio.
Vou ficando por aqui!
Espero que todos tenham ido bem no simulado!
Beijos
Fernanda
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