terça-feira, 5 de abril de 2011

Sociologia - 2ª aula 26/03/2011 - segunda parte.

E lá vamos nós!
Na segunda parte da aula discutimos o trabalho.

Afinal, pra que existe trabalho?
Quem o inventou?
Ele é semelhante em todas as sociedades?

O trabalho existe para satisfazer as necessidades humanas, desde as mais simples, como as de alimento, vestimenta e abrigo, até as as mais complexas, como as de lazer, crença e fantasia.
E se o trabalho existe para satisfazer nossas necessidades, fomos nós que criamos. 
Mas essa atividade humana nem sempre teve o mesmo significado, a mesma organização e o mesmo valor.
Na nossa sociedade, a produção de cada objeto envolve uma complexa rede de trabalho e de trabalhadores.
Usei o exemplo na aula desse delicioso pãozinho, que faz parte do dia a dia de grande número de pessoas:
Quais são seus ingredientes básicos? São o trigo, a água, o sal e o fermento. Para que haja farinha de trigo é necessário que alguém plante e colha o trigo, é preciso que haja um moinho para moê-lo e comercialização para que chegue na padaria. Esse mesmo processo serve para o sal, que deve ser retirado do mar, processado e embalado. O fermento é produzido em outras empresas por outros trabalhadores, com outras matérias primas. São necessários equipamentos, como a máquina para preparar a massa e o forno para assar o pão. É necessário que alguém produza algum tipo de energia. Na ponta de todo esse trabalho, estão as padarias e mercados, aonde o pãozinho finalmente chega às mãos do consumidor.
Se para comer um simples pão, temos tanta gente envolvida, vocês podem imaginar quanto trabalho é necessário para a fabricação do ônibus, da bicicleta, do automóvel, da casa em que vocês moram, e de todos os outros produtos que necessitamos.

Essa complexidade das tarefas relacionadas à produção é uma característica da nossa sociedade. Outros tipos de sociedade apresentam características muito diferentes.

Nas sociedades tribais, por exemplo, todos fazem de tudo, e as atividades estão relacionadas com o que as pessoas necessitam estritamente para sobrevivência. A organização dessas tarefas caracteriza-se pela divisão das atividades por sexo e por idade. Elas não são estruturadas pela atividade que em nossa sociedade chamamos de trabalho.

Por muito tempo o trabalho estava vinculado à idéia de atividade penosa e torturante.
 Nas sociedades grega e romana era o trabalho escravo que garantia a produção da época. Existiam outros trabalhadores, como os meeiros, artesãos e os camponeses, trabalhadores livres, mas sempre oprimidos pelos senhores e proprietários
Nas sociedades feudais, como no mundo greco-romano, havia também os que trabalhavam: servos, artesãos e aldeões, e os que viviam do trabalho dos outros: senhores feudais e os membros do clero.

Desde a Antiguidade até a Idade média, como vimos aqui, as concepções do que denominamos trabalho apresentam variações, mas poucas alterações.
Sempre muito desvalorizado, o trabalho não era elemento central, o núcleo que orientava as relações sociais. Estas se definiam pela hereditariedade, religião, honra, lealdade e pela posição em relação às questões publicas. Eram esses os elementos que permitiam que alguns vivessem do trabalho dos outros.

Com o fim do período medieval e a emergência do capitalismo, o trabalho mudou de figura.
Se antes ele era visto como uma atividade penosa e torturante, passou aos poucos a ser considerada algo positivo. Já não era mais possível contar com o trabalho compulsório foi preciso convencer as pessoas que trabalhar para os outros era bom, dizia-se que só assim todos sairiam beneficiados.

Como a estrutura anterior foi se degradando?
Como os artesãos e pequenos produtores se transformam em assalariados?

Primeiramente a casa e o local de trabalho foram separados, depois separaram o trabalhador de seus instrumentos e por fim tiraram dele a possibilidade de adquirir sua própria matéria prima. Tudo passou a ser dos comerciantes e dos industriais que haviam acumulado riquezas. Eles financiavam, organizavam e coordenavam a produção de mercadorias e definiam ainda o que ia ser produzido.

Essa transformação ocorreu por meio de alguns processos de organização:
- Cooperação simples: aonde era mantido a hierarquia da produção artesanal, entre o mestre e o aprendiz, com a diferença que o aprendiz fica a serviço de quem lhe financiava não só a matéria prima, mas também os instrumentos de trabalho. (o que abriu caminho para o trabalho coletivo)
- Cooperação avançada (manufatura): o trabalhador até continuava a ser artesão, mas não fazia tudo, do começo ao fim. A produção começa a ser feita através de uma linha de montagem. o produto tornou-se resultado de muitos trabalhadores.


- Maquinofatura: o espaço de trabalho, definitivamente passou a ser a fábrica, e as máquinas que comandavam o processo de produção.


Com todos esses processos e pela colaboração de diversos setores da sociedade colaboraram para o convencimento do trabalhador  de que a situação presente era melhor do que a anterior.
Quais foram esses setores da sociedade?
- As igrejas procuraram passar a idéia de que o trabalho era um bem divino e quem não trabalhasse não seria abençoado.
- Os governantes passaram a criar uma série de leis e decretos que penalizavam quem não trabalhasse.
- Os empresários: desenvolveram uma disciplina rígida de trabalho
- As escolas: passaram às crianças a idéia de que o trabalho era fundamental da sociedade

Mas será que essa era realmente a realidade?
Como será que eram as condições de trabalho da época?
Como será que era a qualidade de vida desses trabalhadores?

Concluímos que a realidade da época bem diferente. Com a evolução da maquinofatura e a Revolução Industrial, as condições de trabalho, não eram essas mil maravilhas.
- A jornada de trabalho chegava a 18h/dia
- Havia exploração do trabalho infantil
- Ambiente com pouca iluminação e extremamente sujo
- Salários muito baixos
- Aplicação de castigos físicos
- Nenhum direito trabalhista
- Sem descanso semanal
- Sem férias
- Desempregados completamente sem auxílio

Deixo um trecho do Filme Tempos Modernos, que traz uma série de críticas referentes à classe trabalhadora e à burguesia, desse período

Bons estudos!
Beijos 
Fernanda

Nenhum comentário:

Postar um comentário