sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sociologia - 1ª aula 19/03/2011

     E aí pessoal?
     Estou aqui morrendo de inveja da caixa de chocolate do Gabriel, mas vamos lá!
    Na nossa primeira aula abordamos o que é essa tal de sociologia, a sociedade e o processo de socialização.

    Vimos que o estudo da sociedade , começa à partir das idéias de Auguste Comte, considerado o pai da Sociologia, em 1839. Ele afirmava que a sociedade deveria ser considerada como um ser vivo, cujas partes desempenham funções específicas que contribuem para propiciar o equilíbrio do todo. Considerava que o consenso era responsável por manter a ordem na sociedade.

               Mas foi só com Èmile Durkhein que a Sociologia começa a existir como ciência, ele tenta resolver o complexo estudo das sociedades através dos fatos sociais (coisas externas e objetivas, que não dependem da consciência individual das pessoas para existir).
     A Sociologia surge então com a missão de oferecer condições para que os homens entendam a sociedade em que vivem de maneira racional e questionadora.
    Abordamos a  importância de pensarmos sociológicamente, e de tentarmos desvendar as causas dos problemas sociais.


      Depois dessa introdução, discutimos sobre o processo de socialização.
      A criança quando nasce encontra um mundo completamente estranho. Ela vai sentir frio, calor, conforto, desconforto,vai sorrir e chorar, vai conhecendo aos poucos todos os sentimentos e tudo que a rodeiam, ela ainda é um nenê, um ser genérico. Com o tempo a criança começa a diferenciar os objetos, reconhecer os membros da família, outras crianças. Vai descobrindo que há coisas que ela pode fazer e outras não. O que depois saberá que é dominado pelas normas e costumes da sociedade à qual pertence. A criança começa a perceber que o mundo é muito maior do que o que ela conhece! A criança vai se conhecendo, se socializando, se comunicando e formulando suas idéias.
      Mas precisamos entender melhor esse processo de socialização! Tudo começa na família, onde a criança aprende a obedecer regras de convivência, a lidar com a diferença e a diversidade. A escola e outras crianças também participam de forma efetiva. Ainda sofremos influência dos meios de comunicação desde cedo.
     Discutimos uma questão muito importante: as diferenças no processo de socialização. É muito diferente nascer e viver numa favela, num bairro rico, num condomínio fechado, nos trópicos ou no Alaska. Não é só o fator econômico, mas todas as desigualdades promovem formas diferentes de socialização. Considerando as diferenças é importante relacioná-la ao tempo. A socialização dos tempos de hoje é completamente diferente dos anos 1950.  A tecnologia, os meios de comunicação, os conflitos, o desenvolvimento, todas essas mudanças afetam efetivamente o processo de socialização.
     Fechamos a aula provando que os seres humanos são seres essencialmente sociais, através dos casos das crianças selvagens. 


       O menino de Aveyron, ou Victor, como foi chamado, tornou-se um dos casos mais conhecidos de seres humanos criados em condições de liberdade em ambiente selvagem. Ele foi encontrado com cerca de 12 anos na cidade de Aveyron, na França. Tornou-se objeto de estudos de Jean Marie Itard. O menino provavelmente abandonado na floresta aos 4 ou 5 anos, fugia como um animal assustado quando alguém se aproximava, não pronunciava nenhuma palavra, e não entendia nenhuma palavra que lhe falavam. Mesmo com o rigoroso inverno europeu, rejeitava roupas, andava sobre os quatro membros, preferia dormir no chão. Enfim, comportava-se realmente como um animal. Os médicos franceses afirmavam que o garoto sofria de idiotia, uma deficiência mental. Mas Itard não concordava. Acreditava que o comportamento do Victor era causado pela privação social que sofrera. Itard começou então a educar o menino, que aprendeu a sentar na mesa, servir-se da quantidade necessária de água, ler pequenas palavras, após 5 anos confeccionava pequenos objetos. O que o fez concluir que as deficiências intelectuais e sociais não é inata, mas se origina na falta de socialização do indivíduo.

      Mas não seria esse um caso isolado? Será que bastaria só esse exemplo para demonstrar que o ser humano é um ser social e que precisa viver em sociedade para se tornar verdadeiramente humano?
       Mostrei a história das irmãs Kamala e Amala, duas irmãs que foram encontradas em 1921, vivendo com lobos em uma caverna na Índia. Kamala com cerca de 8 anos e Amala com apenas 4, apresentavam hábitos alimentares bem diferentes dos nossos, como fazem geralmente os animais, elas cheiravam a comida antes de tocá-la, dilaceravam os alimentos, locomoviam-se como quadrúpedes. Foram então confiadas a um asilo, onde tentaram educá-las. Amala não resistiu aos novos hábitos e logo morreu, Kamala levou seis anos para andar de maneira ereta e continuava se sentindo desconfortável na presença de humanos. Demorou muito tempo para demonstrar qualquer tipo de sentimentos humanos.
        

          Não podemos confundir a temática das duas histórias com um mito muito conhecido, a história de Tarzan, criada por Edgard Rice Burrought, que tem como personagem central um homem criado desde criança por macacos na África. Na história, Trazan aprende a ler sozinho usando um livro achado em uma cabana e apresenta sentimentos nobres. O autor cria o personagem com uma imagem semelhante ao europeu da época, um homem civilizado, reproduzindo bem as relações de dominação das potências européias sobre os povos africanos.

       As duas histórias, tanto a do menino de Aveyron, quanto das meninas lobo, mostram que os indivíduos só adquirem características realmente humanas quando convivem em sociedade com outros seres humanos, estabelecendo com eles relações sociais.

      Qualquer dúvida, estamos por aqui!
      Beijos
      Fernanda

Nenhum comentário:

Postar um comentário