sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sociologia - 8ª aula 14/05/2011

Boa noite pessoas!
Depois de mais um simulado, cá estamos para mais estudos!

Na nossa aula de sábado, conversaremos sobre o poder e o Estado.
Vamos deixar a História com os professores de História, e vamos mergulhar na Sociologia!

Então... lá vamos nós!

O sociólogo Norbert Elias, em seu livro, A sociedade dos indivíduos,  diz que há uma tendência nas ciências sociais de não considerar o Estado como objeto da Sociologia.
O que vocês pensam disso?
Ele afirma que isso vem de uma antiga tradição intelectual que vê o Estado como algo extrasocial ou até oposto à sociedade.
Desde o século XVIII, o termo "sociedade" - ou "sociedade civil" - era usado como contraposição  a "Estado", pois havia interesse da classe em ascensão, a burguesia, em acentuar essa separação. Com isso, procurava-se destacar a idéia de que uma classe apenas, a nobreza, detinha o monopólio do poder do Estado.

Essa idéia de separação entre sociedade e Estado dominou por muito tempo e prejudicou a compreensão de que o Estado é uma organização encarregada de determinadas funções e de que sua constituição  é um processo histórico como tantos outros.

As teorias sociológicas sobre o Estado, nos levam à Marx, Durkheim e Weber, os três autores clássicos da Sociologia, que tiveram, cada um a seu modo, uma vida política intensa e fizeram reflexões importantes sobre o Estado e a democracia de seu tempo.
Vamos ver o que eles pensavam:

Marx:
Tendo escrito sobre as questões que envolvem o Estado num período em que o capitalismo ainda estava em formação, Marx não formulou uma teoria específica sobre o Estado e o poder. Num primeiro momento, ele se aproxima da concepção anarquista, definindo o Estado como uma entidade abstrata, em contradição com a sociedade. Seria uma comunidade ilusória, que procuraria conciliar os interesses de todos, mas principalmente daqueles que dominavam economicamente a sociedade.
No livro, A ideologia alemã, em 1847, em parceria com Engels,  Marx identificou a divisão do trabalho e a propriedade privada como a base do surgimento do Estado, que seria a expressão jurídico-política da sociedade burguesa. A organização estatal garantiria as condições gerais da produção capitalista, não interferindo nas relações econômicas.

Em 1948, no Manifesto comunista, Marx e Engels afirmaram que os dirigentes do Estado moderno funcionavam como um comitê executivo da classe dominante (burguesia).

Em As lutas de classe na França e O dezoito  brumário de Luís Bonaparte, analisando a situação histórica específica Marx declara que o Estado nasceu para refrear os antagonismos de classe,e, para isso, é o Estado da classe dominante. Mas existem momentos em que a luta de classes é equilibrada e o Estado se apresenta com independência entre as classes em conflito, como se fosse um mediador.
Analisando a burocracia estatal, Marx afirma que o Estado pode estar acima da luta de classes, separado da sociedade, como se fosse autônomo. É nesse sentido que pode haver um poder que não seja exercido diretamente pela burguesia. Mesmo dessa forma, o Estado continua criando as condições necessárias para o desenvolvimento das relações capitalistas, principalmente o trabalho assalariado e da propriedade privada.
Para eles o desaparecimento do Estado seria resultante da transferência do poder para a federação de associações dos trabalhadores.


No livro: A guerra civil na França, de 1871, Marx analisa a comuna de Paris e volta a olhar a questão do Estado com uma perspectiva que se aproxima da anarquista. O desaparecimento do Estado seria resultante da transferência do poder para a federação de associações dos trabalhadores.

Para Karl Marx o Estado é, portanto, uma organização cujos interesses são os da classe dominante na sociedade capitalista: a burguesia.



Émile Durkheim, ao analisar a questão da política e do Estado, Durkheim teve como referencia fundamental a sociedade francesa de seu tempo. Como sempre esteve preocupado com a coesão social, inseriu-a de forma clara na questão. Para ele o Estado é fundamental numa sociedade que fica cada dia maior e mais complexa, devendo estar acima das organizações comunitárias.

Ele dizia que o Estado "concentrava e expressava a vida social". Sua função seria eminentemente moral, pois ele deveria realizar e organizar o ideário do indivíduo e assegurar-lhe pleno desenvolvimento. E isso se faria por meio da educação pública voltada para uma formação moral sem fins conceituais ou religiosos.

De acordo com ele, o Estado não é antagônico ao indivíduo. Foi o próprio Estado que emancipou o indivíduo do controle despótico e imediato dos grupos secundários, como a família, a Igreja e as corporações profissionais, dando-lhe um espaço mais amplo para o desenvolvimento de sua liberdade.

Para Durkheim, na relação entre o Estado e os indivíduos, é importante saber como os governantes se comunicam com os cidadãos, para que estes acompanhem as ações do governo. A intermediação deve ser feita por canais como jornais e educação cívica ou pelos órgãos secundários que estabelecem a ponte entre governantes e governados, principalmente os grupos profissionais organizados que são a bases de representação política da organização social.

Quando se refere aos sistemas eleitorais, critica os aspectos numéricos do que se entende por democracia. Tomando como exemplo as eleições de 1893 na França, declara que havia no país 38 milhões de habitantes. Tirando as mulheres, crianças e todos que eram impedidos de votar por alguma razão, apenas 10 milhões eram eleitores. Desses 10 milhões apenas 7 milhões foram votar.
Nas palavras dele: ..."se nos ativermos às considerações numéricas, será preciso dizer que nunca houve democracia".


50 anos depois da publicação do Manifesto comunista, num momento em que o capitalismo estava mais desenvolvido e burocratizado, Weber escreveu sobre as questões do poder e da política. 
Questionava: como será possível o indivíduo manter sua independência diante dessa total burocratização da vida?
Esse é o tema central da Sociologia Weberiana.

Ao analisar o Estado alemão, Weber afirma que o verdadeiro poder estatal está nas mãos da burocracia militar e civil. Portanto, para ele, o Estado é uma relação de homens dominando homens, mediante a violência, considerada legítima, e uma associação compulsória que organizava a dominação.
Mas, para que essa relação exista, é necessário que os dominados obedeçam a autoridade dos que detêm o poder. 

Mas o que legitima esse domínio?
Para Weber há três formas de dominação legítima:

A dominação tradicional: legitimada pelos costumes, normas e valores tradicionais e pela"orientação habitual para o conformismo"
A dominação carismática: fundada na autoridade do carisma pessoal, da confiança e na qualidade de liderança individual
E por fim a dominação legal: legitimada pela legalidade que decorre de um estatuto e de regras racionalmente criadas.

Portanto, para Weber o Estado é uma organização sem conteúdo inerente, apenas mais uma das muitas organizações burocráticas da sociedade.

Por hoje é só!
Queria só deixar esse vídeo pra vocês!
Sociologia em desenho, olha só que bacana! rs

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